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8 Mulheres que mudaram a Construção Civil

por Taina Bueno

O dia 08 de março é especial para todas as mulheres, comemorado como o Dia Internacional da Mulher.

Na construção civil, as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço, como engenheiras, arquitetas, pedreiras, mestre de obras, por exemplo. O avanço da presença feminina no setor é resultado de muitos anos de luta por reconhecimento.

Embora seja uma área dominada por homens, a estimativa é de que mais de 200 mil mulheres estão ativas no mercado da construção civil atualmente.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, conheça no artigo de hoje algumas mulheres que revolucionaram a história da construção civil, e que são verdadeiras inspirações.

Elizabeth Bragg

Elizabeth Bragg (1858 – 1929) foi a primeira mulher a se formar em engenharia civil em uma universidade americana. Ela estudou na Universidade da California, e finalizou o curso em 1876. Na época, mulheres quase não tinham acesso às universidades, e Elizabeth foi exemplo e inspiração para outras que desejavam estudar.

Julia Morgan

Julia Morgan (1872 – 1957), arquiteta e engenheira americana, foi a primeira mulher a ser admitida na prestigiosa Ecoles des Beaux-Arts, em Paris. Além disso, Julia foi a primeira mulher a abrir seu próprio escritório de arquitetura nos Estados Unidos, onde desenvolveu principalmente projetos residenciais. Ao longo de sua carreira, foram mais de 700 edifícios projetados.

Emily Warren Roebling

Ela não chegou a se formar em engenharia, mas quando seu marido adoeceu e não pôde mais trabalhar, Emily Warren Roebling (1843 – 1903) tomou seu lugar e tornou-se a engenheira-chefe na construção da famosa Ponte do Brooklyn, uma das maiores construções da época.

A Ponte do Brooklyn foi concluída em 1883, e Emily foi a primeira a cruzar a ponte de carruagem.

Ponte do Brooklyn, projeto de Emily Warren Roebling. Imagem de: Tiago Fioreze, CC BY-SA 3.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0, via Wikimedia Commons.

Edwiges Maria Becker Hom’meil

Edwiges foi a primeira engenheira civil do Brasil, formada em março de 1917 pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela certamente abriu caminho na profissão para muitas outras mulheres.

Enedina Alves Marques

Primeira engenheira do estado do Paraná e também a primeira mulher negra a se tornar engenheira no Brasil. Formada pela Universidade Federal do Paraná no ano de 1945, Enedina participou do projeto da Usina Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, a maior central hidrelétrica subterrânea do sul do país.

Deise Gravina

Formada em engenharia civil, ela é conhecida como a “Engenheira Social”, e foi a idealizadora do Projeto Mão na Massa. Esse projeto, desde 2007, já capacitou mais de 1.200 mulheres a trabalharem na construção civil.

A engenheira Deise percebeu a necessidade de oferecer mais oportunidades ao público feminino para que pudessem aprender as técnicas da construção. O projeto oferece cursos profissionalizantes gratuitos que vão de teoria em sala de aula, onde aprendem os fundamentos de construção civil, além de práticas em obras de verdade, acompanhadas de engenheiros, arquitetos e técnicos de edificações.

Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi (1914-1922) foi uma arquiteta modernista naturalizada no Brasil após a Segunda Guerra Mundial. Ela foi a grande projetista do primeiro museu moderno do país, o MASP (Museu de Arte de São Paulo), que tem como base o uso de vidro e concreto suspenso aparente, combinando superfícies ásperas e sem acabamentos com leveza e suspensão.

Inaugurado em 1968, a imponência da construção do MASP é uma contraposição aos prédios da avenida por sua área de convívio propiciada pelo “vão livre” usado como praça pela população.

Além das obras de arquitetura, Lina produziu para o teatro, cinema, artes plásticas, cenografia, desenho de mobiliário, entre outros. Também participou da curadoria de diversas exposições.

MASP, projeto de Lina. Foto: Wikipédia.

Evelyna Bloem Souto

Evelyna foi a única mulher a frequentar a primeira turma do curso de engenharia civil da Universidade de São Paulo (USP), no ano de 1957, em São Carlos (São Paulo). Após se formar, ela continuou suas atividades acadêmicas até adquirir o título de PhD e ministrou aulas de geotecnia até sua aposentadoria, onde participou da formação de muitos engenheiros.

A engenheira Evelyna enfrentou muitos desafios na profissão por ser mulher. Com a primeira bolsa que conseguiu, em Paris, ela e mais 10 alunos homens foram visitar um túnel que estava sendo feito para ligar a França à Itália. O pessoal da obra, no entanto, não queria que ela entrasse, por ser mulher, e ela teve que se vestir de homem, prender o cabelo e desenhar barba e bigode no rosto para poder verificar as obras em meio aos homens.

Evelyna, assim como Enedina, Edwirges e tantas outras, foram conquistando seus espaços numa engenharia civil dominada por homens e aos poucos abriram passagem para que outras brilhantes engenheiras pudessem exercer também a profissão.

Engenheira Evelyna, única mulher na turma da USP. Fonte: Evelyna Bloem Souto/Arquivo Pessoal/G1.com

Fontes:

Reportagem/Deise Gravina. Em: vejario.abril.com.br/cidade/deise-gravina-criou-um-curso-de-capacitacao-de-mulheres-na-construcao-civil.

6 mulheres que mudaram a história. Em: isdralit.com.br/deu-na-telha/6-mulheres-que-mudaram-a-historia-da-construcao-civil.

Mulheres conquistam cada vez mais seu espaço na Engenharia. Em: g1.globo.com/es/espirito-santo/especial-publicitario/arcelormittal/elasnaengenharia/noticia/2021/05/19/mulheres-conquistam-cada-vez-mais-seu-espaco-na-engenharia.ghtml. Maio, 2021.

Edificado por Elas: CBIC homenageia mulheres que fazem a história da construção. CBIC.

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