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6 práticas sustentáveis para a Construção Civil

por Taina Bueno
imagem ecológica

Junho é considerado o mês do Meio Ambiente, um período importante para reavaliarmos nossas atitudes pessoais e profissionais frente aos problemas ambientais.

Embora a construção civil esteja avançando no quesito sustentabilidade, a visão que muitas vezes ainda permanece é que setor privado e área ambiental não podem caminhar juntos, e que as questões sustentáveis serão sempre um custo para o empreendimento.

No entanto, sabemos da importância da sustentabilidade e que pensar no desenvolvimento global sem ela é quase impossível.

Por isso, trouxemos 6 práticas que podem ajudar a sua obra a ficar mais verde.

Reutilizar água

Um dos maiores problemas ambientais da construção civil é o consumo de água.

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) estima que 50% da água potável fornecida para áreas urbanizadas seja destinada aos canteiros de obras.

Dessa forma, práticas como a captação de água da chuva e o reuso da água da própria construção estão entre as melhores formas de diminuir o uso da água dos mananciais.   

A Norma Brasileira NBR 15.527 trata de alguns pontos para a exploração da água da chuva para seu reaproveitamento. Em relação ao reuso da água, o Brasil ainda não dispõe de uma Norma Técnica que defina como esse reuso deve ser feito na construção civil.

Porém, algumas construtoras já exploram o reuso das chamadas águas cinzas, que são aquelas descartadas nos tanques e pias de cozinha, por exemplo.

Organizar o canteiro

A gestão eficiente do canteiro de obras pode diminuir e muito o desperdício de material e a produção de resíduos.

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) estima que só a construção civil brasileira produza cerca de 122 toneladas de resíduos todos os dias.

Nesse sentido, tecnologias e softwares de gerenciamento, como os chamados ERPs (do inglês Enterprise Resource Planning, ou, Planejamento de Recursos Empresariais) vêm sendo aplicados na construção civil e permitem uma gestão integrada de toda a empresa, incluindo pessoas e materiais.

Nesse tipo de gestão, é possível também gerenciar e acompanhar os resíduos da obra, facilitando o controle, reutilização e até mesmo a destinação final.

Utilizar materiais e sistemas Ecoeficientes

Materiais ou processos que tornam o empreendimento mais energeticamente eficiente são ótimas ideias para gastar menos recursos naturais durante toda a vida útil da construção.

Mas a Ecoeficiência pode ter seu uso não só construção final, mas também nos canteiros de obra.

Como exemplo, temos materiais que auxiliam no controle da ventilação, da luz e do calor, como janelas inteligentes, lâmpadas de Led, claraboias, materiais isolantes, além, é claro, dos sistemas de geração de energias alternativas, como a fotovoltaica e a eólica.

Tudas essas tecnologias pode deixar a construção mais barata, eficiente e ainda por cima mais agradável para os trabalhadores.

Seguir as Normas Brasileiras

As Normas Brasileiras, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), já são bem conhecidas das construtoras, e podem ser aliadas também na sustentabilidade.

Algumas desss Normas fornecem diretrizes que podem ser utilizadas para uma obra sustentável, como por exemplo:

  • NBR 15.527, que trata de alguns pontos para a exploração da água da chuva para seu reaproveitamento;
  • NBR 15112, que trata sobre área de transbordo e triagem dos resíduos da construção civil;
  • NBR 15114, que trata sobre as áreas de reciclagem dos resíduos sólidos da construção civil;
  • NBR 11877, que traz especificações sobre os Sistemas fotovoltaicos;
  • NBR 15215, que trata de conceitos básicos sobre como explorar a iluminação natural.

Focar nas Certificações Ambientais

Os selos e certificações ambientais fornecem mais credibilidade para as construtoras e para os empreendimentos, além de atestarem que a empresa ou a construção segue padrões internacionais de sustentabilidade.

Os selos ambientais mais utilizados atualmente no Brasil são:

  • Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), desenvolvida pela norte-americana Building Council, que analisa a eficiência energética da construção, sua eficiência hídrica e a redução dos gases do efeito estufa;
  • Certificação Aqua-HQE, desenvolvida pela francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale), que analisa o desde o planejamento até a execução dos empreendimentos voltados para alto padrão, pontuando um menor impacto ambiental e um maior conforto aos usuários;
  • Selo Casa Azul, uma classificação socioambiental de projetos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal, fornecida a projetos que integram soluções eficientes na construção, uso, manutenção e ocupação dos edifícios.

Treinar o pessoal

Nada disso é possível sem treinamento. As práticas ambientais só funcionam se bem trabalhadas e incentivadas. Por isso, vale a pena apostar em treinamentos e ações de incentivo, tanto para os gestores quanto para o operacional. Só assim a sustentabilidade deixa de ser um conceito e passa a fazer parte do nosso dia a dia.


Referências

Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Boas práticas em sustentabilidade na indústria da construção. Em: https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2013/08/Guia_de_Boas_Praticas_em_Sustentabilidade_CBIC_FDC.pdf. 2013.

ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Em: https://abrelpe.org.br/download-panorama-2018-2019/.

Sugahara, E.S.; Freitas, M.R.; Cruz, V. Análise das certificações ambientais de edificações. Revista Interação. 2021.

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/abnt-catalogo

Zeule, L.; Serra, S.M.B.; Teixeira, J.M.C. Best practices for the rational use of water in construction sites in Brazil. Environ Qual Manage. 2020.

Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS). Aproveitamento de fontes alternativas de água em edifícios. Em: http://www.cbcs.org.br/_5dotSystem/userFiles/posicionamentos/CBCS_CTAgua_Posicionamentos_Aproveitamento%20de%20fontes%20alternativas%20de%20agua%20em%20edificios.pdf.

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