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Pesquisadores determinam a durabilidade do concreto romano

por Taina Bueno

O Panteão de Roma, um edifício com a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo, data de 128 d.C. e ainda está intacto, e alguns antigos aquedutos romanos ainda fornecem água para Roma.

Os pesquisadores passaram décadas tentando entender o segredo desse material de construção ultradurável, principalmente em estruturas que suportaram condições adversas.

Agora, uma equipe de investigadores do MIT, da Universidade de Harvard e de laboratórios na Itália e na Suíça descobriu antigas estratégias de fabricação de concreto que incorporavam várias funcionalidades importantes de autocura.

As descobertas foram publicadas recentemente na revista científica Science Advances.

O segredo

Pesquisadores já haviam assumido que a durabilidade do concreto antigo era baseada em material pozolânico, como cinzas vulcânicas.

Essas amostras antigas também contêm características minerais brancas brilhantes em escala milimétrica, que são reconhecidas como um componente onipresente dos concretos romanos. Esses pedaços brancos – clastos de cal – são originários da cal, outro componente da mistura de concreto romano.

O Panteão de Roma, o edifício com a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo, data de 128 d.C. e ainda está intacto. Imagem de: Jfabrix101, CC BY-SA 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0, via Wikimedia Commons.

Anteriormente desconsiderado como evidência de práticas de mistura descuidadas ou matérias-primas de baixa qualidade, o novo estudo sugere que os clastos de cal deram ao concreto uma capacidade de autocura anteriormente não reconhecida.

Usando imagens multiescala de alta resolução e técnicas de mapeamento químico pioneiras no laboratório, os pesquisadores obtiveram novos insights sobre a funcionalidade potencial desses clastos de cal.

A cúpula de concreto do Panteão. Imagem de djedj por Pixabay.

De acordo com o MIT, assumiu-se que, quando a cal foi incorporada ao concreto romano, ela foi primeiro combinada com água para formar um material altamente reativo semelhante a uma pasta, um processo chamado de hidratação. Segundo a equipe, esse processo por si só não poderia explicar a presença dos clastos de cal.

Estudando amostras de concreto antigo, a equipe determinou que as inclusões brancas eram feitas de várias formas de cálcio formadas em temperaturas extremas, como seria de se esperar da reação exotérmica produzida pelo uso de cal viva em vez de, ou em adição à cal apagada.

A equipe concluiu que a mistura a quente é a chave para a durabilidade do concreto romano.

Fonte: The Engineer.

Imagem de djedj por Pixabay.

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