A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou a empresa TAV Brasil a construir e explorar o “trem-bala” (trem de alta velocidade), entre São Paulo e Rio de Janeiro, pelos próximos 99 anos.
O projeto teve início ainda na Copa do Mundo de 2014, mas foi abandonado em meio a controvérsias sobre seu custo e sua viabilidade e também à falta de interessados em participar do leilão — que nem chegou a ocorrer.
A outorga foi concedida pela ANTT após pedido da TAV Brasil Empresa Brasileira de Trens de Alta Velocidade SPE LTDA.
A empresa busca parcerias com empreiteiras para viabilizar a construção do empreendimento, orçado em R$ 50 bilhões.
O projeto
O intuito é financiar até 80% do valor do contrato, que será 100% privado, ou seja, sem a participação de empresas estatais.
Os acordos serão, a princípio, de longo prazo, de 25 a 30 anos. Segundo o diretor-presidente da TAV Brasil, Bernardo Figueiredo, as negociações já incluem grandes companhias da China e da Espanha, que são especializadas em erguer esse tipo de projeto e declararam interesse na iniciativa.
A TAV Brasil deu alguns detalhes sobre as modificações no planejamento. Pexemplo, ela retirou as estações de destino do centro das cidades, eliminando a necessidade de obras nas regiões mais movimentada das capitais. Agora, o trajeto terá como extremidades as estações na região de Pirituba, em São Paulo (que fica no extremo norte da cidade), e de Santa Cruz, no lado carioca (que proporciona acesso à região central do Rio de Janeiro através dos trens da Supervia, ao percorrer 34 estações).
Outra determinação da empresa foi estipular um percurso mais retilíneo, por conta da alta velocidade do trem (que deve chegar a 350km/h e atravessar 378 quilômetros em 1 hora e 30 minutos). Entretanto, a TAV Brasil se viu diante de um desafio que pode custar muito dinheiro: o de atravessar a Serra do Mar. Como solução, estipulou a construção de uma série de viadutos e túneis.
Por fim, o número de paradas também foi cortado pela metade. Enquanto o primeiro traçado do trem-bala previa a construção de até oito estações em seu trajeto de quase 400 quilômetros, o novo projeto conta com apenas quatro — São Paulo, São José dos Campos, Volta Redonda e Rio de Janeiro. A ideia é oferecer ao passageiro diversos tipos de viagens, inclusive sem parada.
A TAV Brasil agora procura por alternativas para o financiamento da construção. O cálculo do orçamento, de R$ 50 bilhões, transforma o empreendimento na obra de infraestrutura mais cara do país.
Imagem de capa de しゅん por Pixabay.