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Edifício Copan deve passar por restauração

por Taina Bueno

Há quase 70 no centro de São Paulo, o icônico edifício Copan, uma das obras mais conhecidas do arquiteto Oscar Niemeyer, terá a sua fachada finalmente restaurada.

Foram 10 anos de negociações até agora, dentre os quais, por pelo menos 8 deles, a famosa fachada do edifício ficou coberta por uma tela, esperando a reforma começar.

Mas as notícias mais recentes afirmam que o projeto apresentado por uma empresa contratada pelo condomínio foi parcialmente aprovado e chamado de “excelente” pelos órgãos municipais de patrimônio, com a versão final a ser entregue ainda neste ano.

Desde os anos 2000, o prédio apresenta problemas na manutenção da fachada, como infiltrações, queda de pastilhas, descaracterização, desprendimento de concreto e até exposição da armadura, o que foi constatado em laudos e denunciado a órgãos de patrimônio.

Embora o novo projeto tenha sido bem recebido no Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) e no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), o síndico do Copan é cauteloso ao falar sobre a situação. Responsável pelo condomínio desde 1993, Affonso Celso Prazeres de Oliveira diz ainda procurar parcerias para a obra, por ter apenas uma parte dos milhões de reais do custeio. Ainda não há data de início.

Os órgãos de patrimônio municipais têm destacado, contudo, que ao menos as medidas mais emergenciais precisam ser iniciadas logo. Em reunião do Conpresp em agosto, foi ressaltado um trecho do projeto:

“Embora o levantamento não aponte riscos estruturais para o edifício, em alguns pontos, como nos pilares da fachada sul e escadas de serviço, é possível verificar pontos críticos, com alto grau de deterioração do concreto e suas armaduras, que necessitam de tratamento urgente”.

Patologias

Um diagnóstico feito em 2019 identificou patologias variadas no conjunto. Dentre elas, “intervenções errôneas” que descaracterizam a fachada, corrosão da armadura, fissuras, infiltrações, colônias biológicas e desagregação de concreto, dentre outras.

A médio prazo, o Copan precisará lidar com a descaracterização cometida pelos proprietários dos apartamentos, que trocaram vidros por materiais completamente diferentes (coloridos ou foscos), retiraram cobogós, criaram janelas inexistentes, instalaram ar-condicionado sobre os brises e até fecharam áreas abertas com tijolos.

Todas essas intervenções terão de ser revertidas mais adiante.

Outra indicação é a remoção das grades que envolvem a escada externa que dá acesso ao terraço. A indicação é a troca por uma estrutura com fechamento transparente, a fim de facilitar a visualização do projeto original.

Fonte:

Priscila Mengue. Copan será restaurado após 10 anos de negociações. Estadão. 19 de setembro, 2021.

Imagem de capa: Dornicke (Lucas B. Salles), Public domain, via Wikimedia Commons.

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