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Cientistas usam laser como para-raio pela primeira vez

por Taina Bueno

A tecnologia de deflexão de raios não mudou muito desde que Benjamin Franklin inventou o pára-raios em 1752. A haste de Franklin, ou um mastro de metal pontiagudo no topo de edifícios e outras estruturas vulneráveis a raios, funciona interceptando raios e guiando os raios com segurança para a terra.

Mas a zona de proteção dos bastões Franklin é relativa à sua altura – um pára-raios com altura de 10 metros protege uma área com um raio de 10 metros.

Como a altura dos pára-raios não é infinita, áreas amplas como aeroportos, plataformas de lançamento, usinas de energia, parques eólicos e usinas nucleares representam um desafio.

Os raios causam até 24.000 mortes por ano e podem causar cortes de energia, incêndios florestais e danos à infraestrutura, de acordo com um estudo detalhando as descobertas publicado na revista Nature Photonics.

A nova tecnologia

Agora, os cientistas conseguiram criar um para-raios virtual usando um laser grande e poderoso no topo de uma montanha na Suíça, desviando com sucesso o caminho dos raios.

Os cientistas decidiram testar se um feixe de laser apontado para o céu poderia agir como um grande pára-raios virtual e móvel.

Pesquisas anteriores apoiaram a ideia de que os pulsos de laser podem influenciar a trajetória dos raios, mas esse trabalho só foi realizado dentro de um laboratório.

O laser captura também raios vindos de direções para as quais ele não está apontado. Imagem de: Aurélien Houard et al em: DOI: 10.1038/s41566-022-01139-z.

Um laser do tamanho de um carro grande foi instalado perto de uma torre de telecomunicações no cume do Monte Säntis, no nordeste da Suíça. Raios atingem a torre cerca de 100 vezes por ano.

Os pesquisadores ativaram o laser durante o verão de 2021 por mais de seis horas em eventos de tempestade entre junho e setembro. O Laser Lightning Rod, como é chamado pelos integrantes do consórcio europeu que o desenvolveu, conseguiu desviar quatro raios.

O laser Lightning Rod emite 1.000 pulsos por segundo, e é um projeto experimental para o desenvolvimento de nova tecnologia para proteção contra raios.

No artigo, os pesquisadores descrevem outras duas tentativas de redirecionamento de descargas elétricas nos anos de 2004, no México, e em 2011 em Cingapura. Ambas falharam.

Mas após mais de 20 anos de estudos e testes, finalmente eles conseguiram pela primeira vez direcionar raios durante uma tempestade.

Espera-se que em alguns anos essa nova tecnologia possa estar disponível para aplicação e comercialização.

Fonte: CNN.

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