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Os primeiros blocos de concreto de “carbono negativo” do mundo estão prontos para uso comercial

por Taina Bueno

O elemento básico da construção civil é o concreto. Ele é o material feito pelo homem mais amplamente usado que existe.

É relativamente barato e simples de fazer, é resistente e resiliente, e há séculos tem sido utilizado da construção de casas, edifícios, estradas, pontes, rodovias, e tantas outras obras de engenharia.

A estimativa é que 30 bilhões de toneladas de concreto são usadas a cada ano no mundo, e os números apontam que a demanda por concreto está crescendo mais fortemente do que por aço ou madeira.

Infelizmente, ele também é o material mais destrutivo do mundo, responsável por aproximadamente 8% das emissões globais de carbono.

Buscando mudar essa fama do concreto, a startup CarbiCrete, com sede no Canadá, descobriu uma maneira de produzir o primeiro concreto carbono-negativo disponível comercialmente no mundo.

O concreto da CarbiCrete é feito de escória de aço, um material residual do processo de produção de aço e gás CO2 proveniente de respiradouros industriais.

Isso significa que esse concreto retira mais CO2 da atmosfera do que emite.

O processo da empresa reduz os gases de efeito estufa de duas maneiras: primeiro, a escória de aço é misturada com minerais convencionais usando máquinas típicas de fabricação de concreto. Nesta primeira etapa, o cimento não é necessário, então a CarbiCrete elimina o processo ambientalmente destrutivo de criação de cimento de sua linha de produção. Em seguida, a mistura é despejada em moldes e curada por 24 horas em uma câmara de absorção. O CO2 capturado dos subprodutos industriais é então injetado na câmara onde reage com a mistura, transformando-se em carbonato de cálcio. O CO2 fica preso no carbonato de cálcio e nunca chega à atmosfera.

Quando comparadas aos blocos à base de cimento, os tijolos CarbiCrete exibem propriedades mecânicas e de durabilidade equivalentes ou melhores. Eles têm as mesmas propriedades de absorção de água, mas maior resistência à compressão em até 30% e apresentam melhor resistência ao congelamento/descongelamento. Imagem de: CarbiCrete.

Em vez de vender blocos físicos de concreto, a equipe CarbiCrete licencia sua tecnologia para fabricantes de concreto. Além de proporcionar benefícios ambientais, os blocos de concreto inovadores também permitem que as empresas economizem dinheiro em impostos de carbono, acessem o mercado de materiais verdes e reduzam os custos de armazenamento – o processo de cura da CarbiCrete leva apenas 24 horas, em oposição aos 28 dias necessários para blocos de cimento comuns.

Blocos de concreto carbono negativo. Imagem de: CarbiCrete.

Fonte: McGill University, por Sara Chiarotto O’Brien.

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