À medida que a crise climática se intensifica, aumenta a pressão sobre a indústria da aviação para reduzir as emissões.
Agora, essa indústria deu um passo à frente, com um voo de teste bem-sucedido de um motor hidrogênio-elétrico, que não emite carbono.
A aeronave bimotor Dornier 228 de 19 lugares da empresa ZeroAvia completou um voo de teste de aproximadamente 10 minutos na última quinta-feira, no Reino Unido.
Embora 19 assentos seja, é claro, minúsculo em comparação com aeronaves de passageiros comuns, é a maior aeronave a ter feito um voo bem-sucedido com um motor elétrico movido a hidrogênio.
Como funciona
Usando hidrogênio líquido para alimentar as células de combustível, a tecnologia elimina as emissões de carbono durante o voo.
Isso faz parte de uma corrida para descarbonizar a indústria da aviação, que atualmente responde por cerca de 2,5% das emissões globais de carbono, embora sua contribuição global para o clima seja maior, devido aos outros gases, vapor de água e rastros que emite.
O hidrogênio foi identificado como uma solução de combustível promissora para aviões porque não produz gases de efeito estufa quando queimado. No entanto, a menos que o hidrogênio seja produzido usando energia renovável, o processo de criação depende de combustíveis fósseis.
O Dornier 228 foi adaptado com um protótipo de trem de força hidrogênio-elétrico em tamanho real, contendo duas pilhas de células de combustível, na asa esquerda da aeronave.
Baterias de íon-lítio aumentaram o suporte durante a decolagem, enquanto tanques de hidrogênio e sistemas de geração de energia com células de combustível foram colocados dentro da cabine, com os assentos removidos.
Metade da energia veio das células de combustível e metade das baterias, confirmou um representante da empresa em uma coletiva de imprensa pós-voo.
A asa direita carregava um motor normal, por questões de segurança – embora não tenha sido usado durante o vôo.
Partindo do Aeroporto de Cotswold, o avião completou táxi, decolagem, um circuito padrão completo e pouso, tudo no motor elétrico a hidrogênio. Atingiu uma velocidade de 120 nós, ou 139 milhas por hora. “Todos os sistemas tiveram o desempenho esperado”, disse a empresa em um comunicado à imprensa.
Para um voo comercial, é claro, os tanques de hidrogênio e os sistemas de geração de energia das células de combustível seriam alojados na parte externa da aeronave. A empresa pretende agora finalizar a configuração e submetê-la à certificação até ao final do ano.
Fonte: CNN.