Há 9 anos atrás, um dos maiores museus brasileiros foi fechado às pressas por risco de desabamento.
Agora, após passar por longos anos de obras que custaram cerca de R$ 235 milhões, o Museu do Ipiranga será inaugurado simbolicamente amanhã, 07 de setembro de 2022, para celebrar o bicentenário da Independência do Brasil.
Além da estrutura nova, o museu abrirá com obras restauradas, telas interativas nas salas de exposição e investimentos em acessibilidade.
A partir dessa reforma, espera-se que o espaço receba de 900 mil a 1 milhão de visitantes por ano.
História
Concebido originalmente como um monumento à Independência, o Museu do Ipiranga foi construído entre 1885 e 1890 e foi inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e marco representativo da Independência, da História do Brasil e Paulista.
É o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país.
Ao longo do tempo, o Museu vem ampliando substancialmente seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950 em São Paulo.
Atualmente, possui um acervo de mais de 450 mil peças, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século 17 até meados do século 20, significativo para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história paulista.
O que mudou com a reforma?
O novo Museu do Ipiranga reabrirá com o dobro do tamanho.
Na reforma, ele ganhou uma área adicional com 6,8 mil m².
O espaço terá capacidade para receber até 12 exposições simultâneas.
O edifício-monumento, foi totalmente restaurado em sua fachada e no interior e, agora, terá um mirante no topo, que promete ser uma atração disputada.
Ele fica no espaço vazio entre as fachadas do coroamento da torre central e tem guarda corpo de vidro, que permite uma visão 360 graus de São Paulo sem obstáculos.
Além de recuperar o edifício, a reforma deu nova vida ao Jardim Francês, que retomou características de um século atrás.
Duas fontes originais que foram demolidas em 1972 foram reconstruídas no local. Além disso, foi restaurada e modernizada a iluminação pública e reativada a fonte central.
Pela primeira vez na história, a instituição estará apta a receber acervos de outras instituições, inclusive internacionais, graças à instalação de um sistema de climatização de ar.
Veja alguns números da grande reforma:
- 450 portas e janelas foram catalogadas, retiradas e restauradas;
- 1500 metros quadrados de pisos de ladrilho hidráulico franco-alemão – passaram por restauro – cerca de 1300 ladrilhos foram restaurados e outros 700 foram reproduzidos e substituídos;
- também foi instalado piso podotátil para mostrar a direção e os obstáculos do trajeto;
- elevadores e escadas rolantes foram instaladas, tornando o prédio totalmente acessível;
- com a presença da climatização, pela primeira vez, o Museu poderá receber acervos de outras instituições, inclusive internacionais;
- implantação térmica em toda a estrutura do prédio; as estruturas metálicas foram revestidas com pintura intumescente, que preserva a resistência ao fogo das peças em caso de temperatura elevada;
- instalação de vidros de baixa transmitância, que retêm o calor do raio solar, garantindo conforto térmico do prédio e melhor conservação do acervo.
Abertura com show de drones
A tão esperada reinauguração, após nove anos, vai ganhar um show com 200 drones, como símbolo dos 200 anos da independência.
Cada drone é programado pra seguir uma rota específica. No céu, eles vão se movimentar por posições pré-definidas, formando imagens. Os aparelhos são equipados com potentes luzes de led que mudam de cor, a cada desenho. Tudo foi planejado em um computador que é operado só por uma pessoa.
A inauguração simbólica, marcada para amanhã (07) será para 200 estudantes de escolas públicas e trabalhadores que fizeram parte da reforma.
O publico geral pode visitar o Museu a partir de quinta-feira (08).
Fontes: Folha de São Paulo e Jornal da USP.