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Tesla é investigada por acidentes com veículos utilizando o piloto automático

A Administração Nacional de Segurança de Transporte Rodoviário, dos Estados Unidos, abriu a maior investigação da história sobre o sistema de piloto automático da Tesla.

A investigação foi aberta devido a incidentes que ocorreram entre janeiro de 2018 e julho de 2021, nos estados do Arizona, Califórnia, Connecticut, Flórida, Indiana, Massachusetts, Michigan, Carolina do Norte e Texas.

São 11 acidentes com os veículos da montadora sendo investigados, que resultaram em vários feridos e pelo menos uma fatalidade. Em cada uma das colisões, recursos do piloto automático estavam em uso.

A investigação cobre 765.000 carros Tesla. Esse número corresponde, teoricamente, a todos os carros que a empresa fez nos últimos sete anos.

Acidente com fatalidade na Califórnia em 2018, Tesla Model X — Foto: KTVU/AP. Fonte:G1.com.

Como funciona o piloto automático da Tesla

O piloto automático da Tesla usa câmeras, radares e sensores ultrassônicos para oferecer suporte ao motorista com dois recursos principais: o controle de cruzeiro com reconhecimento de tráfego e o Autosteer.

O controle de cruzeiro com reconhecimento de tráfego, objetiva manter uma distância segura entre o carro e outros veículos que estão dirigindo à sua frente. Essa tecnologia usa principalmente câmeras em conjunto com algoritmos de inteligência artificial para detectar objetos ao redor, como veículos, pedestres e ciclistas, e estimar suas distâncias.

O Autosteer usa câmeras para detectar linhas claramente marcadas na estrada e manter o veículo dentro de sua faixa.

Além desses recursos de piloto automático, a Tesla oferece o que chama de recursos de “direção totalmente autônoma”, que incluem estacionamento automático e mudança automática de faixa.

Desde sua primeira oferta do sistema de piloto automático e outros recursos de direção autônoma, o Tesla diz que alertou os usuários que essas tecnologias exigem supervisão ativa do motorista e que esses recursos não tornam o veículo autônomo.

Piloto automático X autônomo

A Sociedade de Engenheiros Automotivos, dos EUA, divide o grau de automação de um veículo em seis níveis, começando do nível 0, sem recursos de direção automatizada, até o nível 5, que representa uma direção totalmente autônoma sem a necessidade de intervenção humana.

Dentro desses seis níveis de autonomia, para os níveis 0, 1 e 2, o veículo deve ser controlado principalmente por um motorista humano, com alguma assistência dos sistemas automáticos. Nos níveis 3, 4 e 5, os componentes de Inteligência Artificial do veículo e tecnologias de assistência ao motorista relacionadas são o controlador primário do veículo.

O Autopiloto da Tesla é considerado um sistema de Nível 2 e, portanto, o controlador principal do veículo deve ser um motorista humano.

Investigações

Essa não é a primeira vez que a Tesla é investigada por acidentes com seus veículos.

O recurso de piloto automático é promovido pela empresa desde 2014, e está relacionado também a outros acidentes com vítimas fatais, mas em alguns casos as investigações já foram encerradas e nenhuma falha foi encontrada nos veículos.

Defensores de segurança levantaram preocupações de que o nome “piloto automático” leve muitos usuários a depositar muita confiança no recurso de assistência ao motorista.

Isso foi confirmado ao longo dos anos por vários proprietários de veículos Tesla postando vídeos tratando o recurso como um sistema autônomo, com algumas pessoas dormindo frente ao volante ou sentados no banco de trás enquanto viajam pela rodovia.

O piloto automático é um ADAS (Sistema de Assistência ao Motorista Avançado), e a empresa alerta que os usuários devem estar prontos para assumir o controle do veículo a qualquer momento.

Fontes:

Agência norte-americana abre investigação sobre a segurança dos veículos da Tesla. ForbesTech.com. 23 de agosto, 2021.

Hayder Radha. Why the feds are investigating Tesla’s Autopilot and what that means for the future of self-driving cars. TheConversation.com. 23 de agosto, 2021.

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