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Sydney Opera House: edifício entra para os Marcos Históricos de Engenharia Civil

por Taina Bueno

Desde 1966, a Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE) designou mais de 280 projetos como Marcos Históricos de Engenharia Civil Nacionais ou Internacionais.

O Programa Marco Histórico de Engenharia Civil da ASCE reconhece projetos, estruturas e locais significativos de engenharia civil, nacionais e internacionais; quase todos executados em condições desafiadoras.

Obras famosas selecionadas há tempos como marcos históricos incluem a Ponte do Brooklyn, a Torre Eiffel, o Canal do Panamá e o Esquema Hidroelétrico Snowy Mountains.

A Sydney Opera House, embora já tenha sua arquitetura reconhecida e admirada, acaba de receber também o maior reconhecimento de engenharia civil do mundo, entrando para os marcos históricos da ASCE.

O marco foi reconhecido em uma cerimônia de dedicação com uma placa digital, em 6 de abril, em Sydney (Austrália) liderada conjuntamente pela Seção da Austrália da ASCE e pela Engineers Australia.

Sydney Opera House. Fonte: behindagreatproject.

Rompendo terrenos na engenharia

Construída ainda nos anos sessenta, a Sydney Opera House tem a honra de ser um dos primeiros edifícios de escala significativa projetado por computador, que foi utilizado para entender as forças complexas às quais as cascas da estrutura seriam submetidas e também na montagem dos arcos.

O projeto inovador do arquiteto Jørn Utzon foi inspirado em veleiros e cisnes e havia, na época, muitas dúvidas sobre se era possível construir uma estrutura no formato da Sydney Opera House usando concreto protendido, como foi planejado.

A equipe de projeto passou, entre 1957 e 1963, por pelo menos 12 iterações da forma das conchas tentando encontrar uma forma economicamente aceitável (incluindo esquemas com parábolas, nervuras e elipsoides) antes que uma solução viável fosse concluída.

O engenheiro dinamarquês-britânico Ove Arup foi encarregado de transformar em realidade os planos do arquiteto Jørn Utzon, e, pelo desafio que viu, ele designou outros 55 engenheiros para resolver os complicados problemas matemáticos e técnicos envolvidos.

Teste de estresse de um modelo do edifício. Imagem: Biblioteca Max Dupain/Mitchell, Biblioteca Estadual de Nova Gales do Sul [ON 562].

No início do projeto, de acordo com o livro The House, escrito pela jornalista Helen Pitt, o arquiteto Utzon havia dobrado uma régua de plástico para mostrar ao engenheiro Arup a forma que ele queria que as conchas tomassem.“Eles estavam tentando criar o conceito em concreto desde então”, escreveu Pitt. “Eles simplesmente não sabiam se era possível construir uma estrutura tão grande como a Opera House usando concreto protendido na forma que Utzon havia desenhado” concluiu.

A solução foi a geometria de uma esfera: as conchas seriam triângulos cortados de seções de uma única esfera, com as linhas meridianas da esfera se juntando para formar “nervuras”.

Os quatro segmentos “triangulares” do modelo podem ser organizados na forma agora icônica da Sydney Opera House.

A estrutura adotada, portanto, não era a de uma concha, mas uma estrutura de costela interconectada, cujos segmentos foram produzidos em fábrica e unidos no ar.

Cada segmento tinha um tamanho que só poderia ser manuseado por um guindaste. Nada como isso já havia sido feito antes.

Estacionamento profundo

A parte aparente da Sydney Opera House sobe cerca de 60 metros acima do porto de Sydney.

No entanto, o edifício também se estende a 37 metros de profundidade pelo subsolo: abaixo dessa estrutura histórica está um dos estacionamentos mais profundos do mundo, que se estende por 12 andares e tem capacidade para 1.100 carros.

O edifício atrai mais de 8 milhões de visitantes em seus dois locais lado a lado a cada ano – a Sala de Concertos de 2.679 lugares, que recebe sinfonias e grandes eventos musicais, e o Teatro de Ópera de 1.500 lugares, que recebe apresentações de ópera e dança.

O local também tem três teatros menores para peças de teatro e filmes e uma área de performance ao ar livre chamada Forecourt.

Fontes e referências:

Sydney Opera House awarded world’s highest civil engineering recognition. Create. Abril, 2022.

5 things you didn’t know about the Sydney Opera House. ASCE. Agosto, 2021.

Sydney Opera House joins list of ASCE historic landmarks. ASCE. Abril, 2022.

The engineering that turned the Sydney Opera House from an idea into an icon. Create. 2019.

Sydney Opera House. Em: behindagreatproject.com/structure/sydney-opera-house/

The House: The dramatic story of the Sydney Opera House and the people who made it. Helen Pitt.

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