Um grupo de empresas do Rio de Janeiro formou uma parceria para fabricar e vender, nos próximos meses, ônibus movidos a hidrogênio verde e à eletricidade, tecnologias não poluentes.
Os protótipos foram desenvolvidos no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Coppe-UFRJ.
A fabricação de um novo protótipo em escala pré-industrial começará no início do ano que vem.
Atualmente, de acordo com a Secretaria Municipal de Transporte do Rio de Janeiro, na capital fluminense, a frota de ônibus a diesel é de 6.477 veículos – sem incluir o BRT.
Hidrogênio Verde
Apesar do cenário atual de predomínio do diesel como combustível principal dos ônibus brasileiros, os investimentos vêm crescendo no mercado do hidrogênio verde – que é produzido pela eletrólise (quebra da molécula) de água ou a partir de biomassa.
“De março deste ano para cá, dobrou o número de empresas associadas à Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), hoje são 30. Isso ainda não é muito visível para a população em geral, mas os investimentos estão em curso”, afirmou Paulo Emílio de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2) e professor de engenharia da Coppe-UFRJ, em entrevista à CNN.
Na instituição, atualmente, ainda se projeta um catamarã movido a hidrogênio, com capacidade para cem pessoas, que ficará pronto em 2023. Também há trabalhos para desenvolver pilhas a combustível de óxido sólido, que fazem a conversão eletroquímica da energia contida no combustível, usualmente o hidrogênio, em eletricidade.
O professor Paulo Emílio de Miranda ressalta ainda que a tendência é que essas alternativas de energia fiquem mais barata.
“Toda a tecnologia nova é cara porque os equipamentos necessários são produzidos em pequena escala. Produzir hoje hidrogênio a partir da eletrólise da água é cerca de é 5 a 7 vezes mais caro do que produzir hidrogênio a partir da reforma a vapor do gás natural, mas a expectativa é que a paridade de custo entre eles ocorra ao longo desta década. O hidrogênio de baixo carbono é necessário por conta da emergência climática”, declara.
“É preciso adotar tecnologias emergentes que serão adequadas para redes elétricas menores com aplicação para a dessalinização da água e produção de hidrogênio”, completou.
Fonte:
Ônibus a hidrogênio começam a ser produzidos no início de 2022 no Rio de Janeiro. CNN. 18 de novembro, 2021.