À medida que países e empresas correm para desenvolver tecnologias que permitirão que as pessoas vivam e viajem além da atmosfera da Terra, as implicações para a saúde da baixa gravidade no corpo humano recentemente entraram em foco.
A gravidade em Marte, por exemplo, é 38% a da Terra, enquanto que a gravidade da Lua é um sexto da do nosso planeta.
Por isso, cientistas do SIC Human Spaceology Center da Universidade de Kyoto e da construtora Kajima estão tentando superar o desafio construindo uma instalação residencial em forma de cone invertido que gira e cria uma força centrífuga, alcançando assim um nível de gravidade equivalente ao da Terra.
“Sem gravidade, os mamíferos podem não conseguir se reproduzir e seus bebês podem não se desenvolver bem”, disseram os pesquisadores em seu comunicado à imprensa. “Se as pessoas crescerem em um ambiente de microgravidade, seu corpo mudaria para que não pudessem ficar de pé na Terra. Propomos uma instalação de vida artificial instalada por gravidade … como uma tecnologia central para permitir que as pessoas vivam no espaço.”
Como funciona
A estrutura prevista conterá o que é chamado de “complexo de bioma central”, completo com o volume mínimo de ar, energia, alimentos, vegetação, solo e água doce necessários para a sobrevivência humana, bem como um corpo de água semelhante ao oceano.
As pessoas podem viver neste ambiente fechado, semelhante à Terra, só saindo quando querem aproveitar a microgravidade lá fora, seja na Lua ou em Marte, dizem os pesquisadores.
Batizada de “Luna Glass” (ou Mars Glass, se construída em Marte) a estrutura lembra uma imensa taça de vidro giratória, que completaria uma rotação sobre seu próprio eixo a cada 20 segundos.
Essa rotação geraria uma força centrífuga equivalente à aceleração da gravidade da Terra (9,8 m/s²) em direção às paredes da estrutura, o que permitiria que casas, ruas e até mesmo lagos fossem construídos.
A equipe também pretende projetar o que eles chamam de “sistema de trilha espacial hexagonal”, um sistema de transporte público que conecta a Terra, a Lua e Marte.
Em um futuro em que as pessoas se movem entre o planeta natal da humanidade e essas colônias, um sistema de transporte também exigirá gravidade artificial e um método para proteger essas estruturas da radiação cósmica, a fim de minimizar os impactos na saúde das viagens espaciais, de acordo com os pesquisadores.
Fontes: Designboom e Japan Times.