O concreto é uma das substâncias mais utilizadas no planeta e um ingrediente chave nas cidades modernas, apoiando a infraestrutura essencial.
Mas esse material também é um dos principais impulsionadores da crise climática, responsável por cerca de 8% das emissões globais de carbono.
Agora, um grupo de empresas americanas capturou as emissões de dióxido de carbono (CO2) e as usou para fazer concreto, potencialmente abrindo caminho para uma engenharia mundial mais sustentável. Essa pode ser uma ótima forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes do concreto.
O grupo responsável pelo processo é formado pelas empresas Heirloom, CarboneCure e Concrete Supply Company, todas norte-americanas.
Como funciona
O concreto tradicional é feito adicionando areia e cascalho ao cimento, misturando tudo com água e despejando a mistura formada em moldes antes de secar.
A fabricação do cimento, na verdade, é a produz a maior parte das emissões, pois envolve o uso de combustíveis fósseis para aquecer uma mistura de calcário e argila em um forno. Cerca de 600 quilos de CO2 são liberados para cada tonelada de cimento produzida – e, em alguns casos, até mais.
Para mudar isso, a tecnologia desenvolvida pela Heirloom usa o óxido de cálcio do calcário para extrair CO2 do ar ambiente – um processo conhecido como captura direta de ar (sigla DAC em inglês).
A outra empresa, a CarbonCure, foi a responsável por injetar o CO2 capturado em águas residuais de concreto, onde ele se mineraliza. Esta pasta de CO2/concreto é um armazenamento permanente para o carbono e pode ser usada em novas misturas de concreto.
O teste ocorreu em uma fábrica em San Jose, Califórnia, pertencente à Central Concrete, que usou o concreto resultante em uma série de projetos de construção.
Esta é a primeira vez que um conjunto de empresas consegue capturar CO2 da atmosfera e usá-lo para fazer concreto para projetos de construção. Embora tenha sido um pequeno projeto de demonstração, a esperança é que ajude a desacelerar as mudanças climáticas, capturando as emissões que os humanos já liberaram e tornando concreto de maneira ecológica.
Fonte: ZME Science.