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Marinha do Brasil desenvolve nova tecnologia de enriquecimento de Urânio

A finalização da primeira fase de Usina de Enriquecimento de Urânio favorece a nacionalização do setor nuclear e reduz o grau de dependência do País!

O crescimento da população mundial requer um investimento cada vez maior em energia limpa e de custo acessível, como é o caso da energia nuclear.

Nesse sentido, o Brasil é um dos protagonistas globais quando o assunto é o enriquecimento de urânio e, com a participação da Marinha do Brasil, contribui para o domínio do ciclo do combustível nuclear do País.

Essa iniciativa vem favorecendo a geração de energia elétrica nas Usinas Nucleares em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, beneficiando a sociedade brasileira em diversos setores.

De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.

Agora, a finalização da primeira fase de Usina de Enriquecimento de Urânio, no fim do ano passado, é considerado um marco para o Setor Nuclear brasileiro já que a ampliação dela reduzirá o grau de dependência na contratação do serviço de enriquecimento isotópico no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais.

Na ocasião, foi inaugurada a 10ª cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, pela Indústrias Nucleares do Brasil, que é o conjunto de equipamentos capaz desenvolvidos aqui e que são capazes de gerar energia e aumentar a capacidade de produção da Usina Nuclear de Angra 1 em 70%.

Ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio. Imagem de: INB.

O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN), foram os responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação.

“Ao longo destes 22 anos, quatro módulos foram entregues, totalizando dez cascatas, em um projeto que favorece a autonomia energética brasileira, uma vez que implementa, sob a ótica comercial, uma tecnologia desenvolvida pela Marinha do Brasil. Trata-se de um modelo de grandes negócios e de desenvolvimento tecnológico que já se mostrou virtuoso. O Brasil encontra-se em posição de destaque, já que possui uma das maiores reservas de urânio do planeta, além de ser um dos poucos países que domina a tecnologia completa do ciclo do combustível nuclear”, disse o Diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Vice-Almirante Engenheiro Naval Guilherme Dionizio Alves.

O papel da Marinha brasileira

A Marinha do Brasil é responsável pela fabricação, instalação e comissionamento das cascatas de ultracentrífugas.

A busca pelo domínio desta tecnologia iniciou-se no final da década de 70, com uma parceria entre a MB e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), possibilitando o início do desenvolvimento da tecnologia de ultracentrifugação.

Em 2000, foi assinado um contrato de fornecimento de sistemas de separação isotópica entre a MB e a INB, contemplando a fabricação e a instalação de dez cascatas para enriquecimento de urânio.

A nova cascata possibilitará um aumento e contribuirá para uma maior independência do País na fabricação do combustível no momento em que a conjuntura político-estratégica do mundo tem priorizado a retomada da energia nucleoelétrica global.

Fonte: Defesa em Foco.

Imagem de capa: Usinas Nucleares Angra 1,2 e 3. Foto de: Mike Peel (www.mikepeel.net)., CC BY-SA 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0, via Wikimedia Commons.

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