A AST SpaceMobile, com sede no Texas, testou com sucesso o maior satélite de comunicações do mundo, BlueWalker 3, transmitindo sinais 4G para smartphones, revela um comunicado à imprensa.
O BlueWalker 3, que atua essencialmente como uma torre de celular baseada no espaço, foi projetado para enviar dados em velocidades 5G. Devido ao seu enorme tamanho, causou preocupação entre a comunidade astronômica, com alguns observando que é tão brilhante quanto uma estrela no céu noturno.
O BlueWalker 3 também é um dos objetos mais brilhantes na órbita baixa da Terra, e transmite dados 4G diretamente para telefones celulares, com velocidades acima de 10 Mbps.
O satélite, que tem causado polêmica pelo fato de seu tamanho poder bloquear observações astronômicas, utiliza o espectro da AT&T e a tecnologia Nokia RAN. O próximo passo para o AST SpaceMobile será testar o satélite em velocidades 5G.
“Alcançar este marco de um telefone celular padrão não modificado no solo conectado através de nosso satélite de órbita baixa da Terra é outro momento inovador na história das telecomunicações”, disse Abel Avellan, presidente e CEO da AST SpaceMobile no comunicado da empresa.
O satélite BlueWalker 3 foi lançado a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9 em setembro do ano passado e foi implantado em novembro. A matriz de 64 metros quadrados causou preocupação em torno de sua data de lançamento, quando Connie Walker, astrônoma do NOIRLab da National Science Foundation (NSF), alertou que seria tão brilhante quanto a estrela Vega perto do zênite no crepúsculo.
Preocupações com o enorme satélite
O objetivo final da AST SpaceMobile é criar a primeira rede de banda larga celular baseada no espaço que transmite dados diretamente para telefones celulares. Outras empresas, incluindo a Lynk Global, também têm o mesmo objetivo. A Lynk Global implantou recentemente três satélites na órbita baixa da Terra (LEO). A AST SpaceMobile, no entanto, será encorajada pelos testes recentes de que tem boas chances de se tornar a primeira a fornecer o serviço.
O BlueWalker 3 é um protótipo de satélite de teste projetado para testar a tecnologia da AST SpaceMobile. A empresa pretende eventualmente enviar uma constelação de 100 satélites, chamados BlueBirds, para orbitar a partir do final de 2024.
Vários astrônomos sinalizaram o aumento no número de satélites em LEO como uma preocupação. Em entrevista ao IE no ano passado, por exemplo, a astrônoma da Universidade de Regina, Dra. Samantha Lawler, discutiu a enorme quantidade de satélites Starlink que a SpaceX está levando ao espaço.
Lawler destacou a preocupação de que o Starlink possa contribuir para o crescente problema de detritos espaciais, que já nos deixa à beira de um cenário potencialmente catastrófico conhecido como Síndrome de Kessler.
Estamos “à beira” da Síndrome de Kessler, explicou Lawler. Se isso acontecesse, seria como se estivéssemos “dentro de um globo de neve algumas horas antes do nascer ou do pôr do sol”, e qualquer esforço para corrigir o problema seria semelhante a “coletar balas”. A NASA, por sua vez, também alertou que os satélites podem impedir sua capacidade de detectar asteróides potencialmente perigosos em direção à Terra.
Fonte: Interesting Engineering.