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Engenheiros brasileiros estão desenvolvendo um sistema de energia eólica inédito no país

por Taina Bueno

Uma equipe de engenheiros, em projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está desenvolvendo um protótipo de gerador de energia eólica jamais visto no Brasil, que recebeu o nome de aerogerador com aerofólio cabeado – Airborne Wind Energy (AWE) em inglês.

Pelo projeto UFSCkite, realizado na UFSC, a ideia da tecnologia é substituir as pás de um aerogerador convencional por um aerofólio (asa) capaz de se manter no ar apenas por forças aerodinâmicas ou aerostáticas.

Tal aerofólio é preso ao solo com um ou mais cabos em substituição à torre do aerogerador convencional.

Com isso, estima-se que os aerogeradores com aerofólios cabeados consigam produzir energia elétrica a um custo inferior ao da tecnologia convencional, além de outras vantagens importantes.

Inicialmente, a substituição da torre por um ou mais cabos de comprimento variável permite ao aerofólio operar em altitudes maiores, onde o vento é mais forte e consistente, o que caracteriza um potencial energético maior. Isto, por sua vez, contribui para que localidades próximas aos grandes centros de consumo tornem-se viáveis para a energia eólica.

Além disso, a tecnologia AWE acarreta uma redução substancial nos custos do aerogerador, especialmente em material, transporte e instalação, devido à ausência de uma torre que deva suportar os esforços mecânicos elevados decorrentes da operação da turbina.

A fundação para o ponto de ancoragem do aerofólio ao solo também se torna mais simples e barata.

Estrutura do equipamento

O sistema é composto por duas partes, uma unidade de voo, que fica acoplada à vela e uma unidade de solo.

As duas são conectadas por um cabo, que é puxado pela vela à medida que ela é impulsionada pelo vento.

Guiada pelos motores da unidade de voo, o gerador de energia eólica feito pelos cientistas voa em trajetória de oito até levar o cabo ao seu limite. Logo após, a unidade é puxada de volta e o ciclo se repete.

Comparação entre a tecnologia eólica convencional e AWE (Airborne Wind Energy). Fonte: UFSCkite/divulgação.

 

Protótipo: Unidade de solo e unidade de voo. Fonte: UFSCkite/divulgação.

De acordo com um dos engenheiros, como a energia que é utilizada pelo motor da unidade de solo para puxar o cabo de volta é apenas uma fração da energia eólica que é produzida, cada ciclo termina acumulando ainda mais energia do que consumindo.

O grupo de cientistas planejam ter um protótipo funcional até o fim de 2021, com o qual buscam conseguir investimento para dar início a uma nova empresa, expandindo os testes e desenvolvendo um modelo que possa entrar no mercado futuramente.

Fontes:

Engenheiros brasileiros estão desenvolvendo gerador de energia eólica inédito que promete ser mais barato, compacto e ter mais autonomia. ClickPetroleoeGas. Setembro de 2021.

Airborne Wind Energy. UFSCKite. 2021.

Imagem de capa: Kiwee ​​One, uma turbina eólica aerotransportada projetada por Kitewinder. Olivierabristol, CC BY-SA 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0, via Wikimedia Commons.

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